quarta-feira, 1 de junho de 2011

ATIVIDADE III - FICHAMENTOS

FICHAMENTO I
ANÁLISE DE DNA EM ODONTOLOGIA FORENSE
Analysis of DNA in Forensic Dentistry

Há mais de uma década a tecnologia do DNA foi utilizada pela primeira vez como método de identificação humana no campo forense. A análise de DNA contribui de forma importantíssima nos processos de identificação humana, principalmente nos casos em que as impressões digitais, exames de arcos dentários e exames antropométricos são inviáveis de serem realizados, devido à decomposição, fragmentação, incineração ou inexistência de dados comparativos.
Existem análises do DNA utilizadas para identificação humana odontolegal através da saliva e polpa dentária. Para que estas análises sejam feitas de forma correta e devidamente validadas, é inquestionável a utilização tanto dos conhecimentos científicos quanto dos conhecimentos tecnológicos. Desta forma, neste estudo, são caracterizados protocolos de coleta, preservação, extração, quantificação e amplificação do DNA; pois os cirurgiões – dentistas, quando na qualidade de peritos, devem se familiarizar com os conhecimentos tecnológicos para a análise de DNA.
O presente trabalho buscou prestar maiores esclarecimentos e aplicabilidade do DNA dentro da Odontologia Legal, ilustrando sua importância e se contrapondo a outros métodos utilizados para identificação humana.
Análise Forense do DNA
No Brasil, até março de 2004, tramitavam na Câmara Federal, trinta e um projetos de lei relacionando o papel do exame de DNA para fins de identificação humana. Percebe-se assim a cobrança da sociedade e a preocupação do Estado em respaldar legalmente a utilização do DNA para tal fim. Destaca-se o Projeto de Lei PL 417/2003, alterando o artigo 1o da lei 10.054 de 07/12/2000, que insere o DNA para a identificação criminal.
            A importância da Odontologia Legal para a identificação humana, principalmente em casos nos quais pouco resta para se proceder a essa identificação (incêndios, explosões, corpos em decomposição ou esqueletizados), levou os odontolegistas, a se familiarizarem com as novas tecnologias da biologia molecular.
Amostras biológicas para análise de DNA forense em Odontologia
O tecido dental é reconhecido como uma fonte rica de DNA para uso em casos de identificação humana. As análises de DNA de polpa e folículo dentário também são utilizadas em outros casos forenses como, por exemplo, para reconstruir os eventos em casos cujo corpo da vítima foi retirado da cena do crime e incinerado. Os dentes têm uma importância fundamental na identificação humana por possuir extraordinária resistência a putrefação e aos efeitos externos (físicos - traumatismos, calor, químicos e biológicos), mais que qualquer outro tecido humano, preservando assim a identidade genética individual.
Conclusão
A análise e na discussão de trabalhos publicados sobre análise de DNA na identificação humana em Odontologia Legal, este estudo mostrou que:
1. A análise de DNA contribui de forma importantíssima nos processos de identificação humana, principalmente nos casos em que as impressões digitais, exames de arcos dentários e exames antropométricos são inviáveis de serem realizados;
2. Os odontolegistas, quando na qualidade de peritos, devem se familiarizar com os conhecimentos da análise do DNA.

VIEIRA; G.S et al; Análise de Dna em Odontologia Forense. Rev. Arqu bras odontol. 2010. 6 (2): 64-70     
Disponível:http://periodicos.pucminas.br/index.php/Arquivobrasileirodontologia/article/viewFile/1547/1650
                                                              
                                                               FICHAMENTO II
ASPECTOS GENÉTICOS E IMUNOLÓGICOS DA PERIODONTITE AGRESSIVA
            A periodontite agressiva (PA) é uma doença de destruição rápida do periodonto de sustentação que acomete pacientes sistemicamente saudáveis e tende a ter agregação familiar. O paciente pode apresentar quantidades de cálculo e biofilme dental não compatíveis com a destruição tecidual, elevadas proporções dos periodontopatógenos Aggregatibacter actinomycetemcomitans e Porphyromonas gingivalis e progressão da perda óssea e de inserção autolimitantes. Entre os aspectos imunológicos envolvidos, anormalidade fagocitária e fenótipos hiper-responsivos de macrófagos, incluindo níveis elevados de prostaglandina E2 e interleucina 1β, estão geralmente, mas não de modo absoluto, presentes .
As evidências de uma função diminuída na migração e da função antibacteriana dos leucócitos polimorfonucleares em pacientes com PA aumentando a susceptibilidade à doença, bem como sua tendência de agregação familiar, levaram a investigações de fundo genético e imunológico. Por isso, o objetivo deste estudo foi revisar o conhecimento atual a respeito da influência dos aspectos genéticos e imunológicos na susceptibilidade do hospedeiro à PA.
Na presença de foco infeccioso, os linfócitos T secretam interferon-gama, o qual induz macrófagos a ativar a resposta imune celular mediante diversos marcadores, entre eles a neopterina. Portanto, Özmeriç et al. avaliaram o papel desse marcador na patogênese da PA em 29 pacientes periodontalmente saudáveis ou com a doença. Foram realizadas coletas de urina, saliva e fluido crevicular gengival em bolsas profundas. A quantidade de neopterina encontrada na saliva, mas não na urina, foi estatisticamente superior nos pacientes com a doença do que nos do grupo controle. No fluido gengival, a diferença ocorreu em relação à quantidade total de neopterina, mas não a sua concentração líquida. Os autores concluíram que a neopterina está envolvida na PA e que tal conhecimento é importante para o entendimento dos mecanismos da doença periodontal.

Discussão
Também há que se observar o caráter autodestrutivo dessa classe de doença periodontal. Por meio de algum mecanismo, a linha de defesa do organismo oferece uma resposta exacerbada a um estímulo externo (biofilme dental) que, ao mesmo tempo em que combate o agente agressor, promove destruição tecidual considerável. Essa exacerbação do processo inflamatório, relacionada também com as características dos neutrófilos recrutados, parece ser herdável de alguma maneira. Recentemente, demonstrou-se que a transmissibilidade da PA envolve alguns poucos loci, cada um com relativamente poucos efeitos. Isso é importante para que, no futuro, haja testes de susceptibilidade genética ou predisposição ao desenvolvimento da doença, intensificando o controle em pacientes predispostos.
Conclusão
Na presença do biofilme dental, a susceptibilidade do hospedeiro à PA varia entre regiões, países e etnias. Diferentes teorias têm sido propostas para explicar a maior susceptibilidade de alguns indivíduos à doença, e os estudos genéticos e imunológicos têm assumido papel de grande importância nesse campo. Os processos imunoinflamatórios que parecem estar alterados em pacientes com PA podem ser transmitidos verticalmente, explicando a agregação familiar associada à doença.

Miguel Angel MuñozI; Rafael BaggioI; João Paulo SteffensI; Fábio André SantosII; Gibson Luiz PilattiII
IMestrandos em Odontologia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
IIDoutores em Periodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (FOAr/Unesp). Professor de Periodontia na UEPG

FICHAMENTO III
GENÉTICA DO CÂNCER HEREDITÁRIO
O câncer é considerado uma das maiores causas de morte no mundo e é definido como uma doença genômica, surgindo como consequência de alterações cumulativas no material genético (DNA) de células normais, as quais sofrem transformações até se tornarem malignas. A carcinogênese resulta de múltiplas etapas e pode envolver dezenas, até centenas, de genes, por meio de mutações gênicas, quebras e perdas cromossômicas,amplificações gênicas, instabilidade genômica e mecanismos epigenéticos, sendo os principais grupos de genes envolvidos nesse processo: proto-oncogenes, genes supressores de tumore genes relacionados ao reparo do DNA.

As síndromes de câncer hereditário são afecções genéticas, nas quais neoplasias malignas tornam-se mais prevalentes em indivíduos de uma mesma família. Elas ocorrem por transmissão vertical (de uma geração para outra), por meio de um padrão de herança mendeliano bem definido, em geral do tipo autossômico dominante, ou seja, 50% de risco de transmissão para a prole em cada gestação, independentemente do sexo. Apresentam,também, elevada taxa de penetrância: o indivíduo portador
da mutação tem um risco elevado de desenvolver lesões associadas à síndrome durante toda a vida. Algumas características estão associadas ao câncer hereditário, como: idade precoce ao diagnóstico, mais de uma neoplasia em um mesmo indivíduo, vários membros de uma mesma família apresentando a mesma neoplasia ou neoplasias relacionadas e múltiplas gerações acometidas

ACONSELHAMENTO GENÉTICO
As famílias que possuem algum membro acometido por câncer devem ser instruídas quanto à possibilidade desse ser herdado e sobre a realização de um diagnóstico precoce, motivando a menor morbi-mortalidade na família e a melhoria da qualidade de vida. A triagem genética é um método utilizado para detecção pré-sintomática e prevenção de doenças genéticas para que se possa iniciar um tratamento precoce e evitar ou atenuar consequências mais graves da doença. Seus princípios básicos se baseiam em: características das doenças, características do teste, devendo o teste ser aceitável para a população, fácil e relativamente barato, e características do sistema de saúde, em que os recursos para o diagnóstico e tratamento do distúrbio devem ser acessíveis.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hereditariedade exerce um papel fundamental na etiologia do câncer. Uma vez descobertos os genes responsáveis pelas diversas síndromes de câncer hereditário, podem-se traçar condutas mais apropriadas tanto do ponto de vista diagnóstico quanto terapêutico para cada paciente, o que pode ser crucial para o seu prognóstico. O aconselhamento genético é fundamental nesses casos, proporcionando medidas adequadas a fim de reduzir a morbi-mortalidade e melhorar a qualidadede vida do paciente em questão.

Autores: Élida Lívia Rafael Dantas1, Fernando Henrique de Lima Sá1, Sionara Melo de Figueiredo de Carvalho2, Anderson Pontes Arruda3, Evelane Marques Ribeiro3, Erlane Marques Ribeiro4.

Disponível: http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v03/pdf/67_revisao_literatura1.


FICHAMENTO IV
A DOENÇA FALCIFORME
       Doença de caráter genético, descrita pela primeira vez em 1910 por Herrick1,2, freqüente, mas não exclusiva, em indivíduos de origem africana, é originada por uma mutação no cromossomo 112 que resulta na substituição de um ácido glutâmico pela valina na posição 6 da extremidade N-terminal na cadeia ß da globina,dando origem à hemoglobina S. Os eritrócitos cujo conteúdo predominante é a hemoglobina S assumem,em condições de hipóxia, forma semelhante à de uma foice daí o nome falciforme , decorrente da polimerização da hemoglobina S3,4.Os glóbulos vermelhos em forma de foice não circulam adequadamente na microcirculação, resultando tanto em obstrução do fluxo sangüíneo capilar como em sua própria destruição precoce. Este mecanismo fisiopatológico acarreta manifestações clínicas, com maior freqüência após os 3 meses de idade Durante os 6 primeiros meses de vida, esses indivíduos são geralmente assintomáticos devido aos altos níveis de hemoglobina F1.O gene da hemoglobina S é um gene de alta freqüência em toda a América, e no Brasil é mais freqüente nas regiões sudeste e nordeste5. Na África Equatorial, 40% da população é portadora, e a doença falciforme atinge uma prevalência de 2 a 3% da população1. As hemoglobinopatias constituem uma das principais e mais freqüentes doenças genéticas que acometem seres humanos; e, dentre elas, a anemia falciforme é a doença hereditária mais prevalente no Brasil 5,6, chegando a acometer 0,1 a 0,3% da população negróide, com tendência a atingir parcela cada vez mais significativa da população, devido ao alto grau de miscigenação em nosso país. De fato, estudos populacionais têm demonstrado a crescente presença de hemoglobina S em indivíduos caucasóides.
Profilaxia 
A profilaxia de complicações da própria doença é indispensável para uma evolução o menos desfavorável possível nesses indivíduos. Quatro são os passos fundamentais:
*Diagnóstico neonatal seguido de orientação e programa de educação familiar através de regular acompanhamento ambulatorial;
*Profilaxia medicamentosa com penicilina;
*Vacinação contra pneumococos e Hib nas idades apropriadas;
*Identificação precoce e manejo apropriado dos episódios febris, considerando-os como potenciais eventos sépticos.
O diagnóstico precoce da anemia falciforme possibilita o acompanhamento da criança antes do surgimento da sintomatologia e suas complicações e permite iniciar a profilaxia antibiótica desde os 3 meses de vida, conjuntamente à vacinação contra germes encapsulados. Isso reduz de maneira significativa as mortes associadas a esta enfermidade, principalmente por problemas infecciosos (de 30 para1%), além de proporcionar a chance de melhor qualidade de vida.
Autores: Dayana V. P. Di Nuzzo, Silvana F. Fonseca.

FICHAMENTO V
GENÉTICA DO TRANSTORNO BIPOLAR
O Transtorno bipolar (TB) possui alta prevalência na população mundial e causa perdas significativas na vida dos portadores. É uma doença cuja herança genética se caracteriza por mecanismos complexos de transmissão envolvendo múltiplos genes. Na tentativa de identificar genes de vulnerabilidade para o TB, várias estratégias de investigação genética têm sido utilizadas. Estudos de ligação apontam diversas regiões cromossômicas potencialmente associadas ao TB, cujos marcadores ou genes podem ser candidatos para os estudos de associação. Genes associados aos sistemas monoaminérgicos e vias de sinalização intracelulares são candidatos para investigação da etiologia genética do TB. Novas técnicas de mapeamento de expressão gênica em tecidos especializados apontam para novos genes cujas mutações possam ser responsáveis pelo aparecimento da doença. Em virtude da complexidade do modo de transmissão do TB e de sua heterogeneidade fenotípica, muitas dificuldades são encontradas na determinação desses genes de vulnerabilidade. Até o momento, há apenas resultados preliminares identificando alguns genes associados à vulnerabilidade para desenvolver o TB. Entretanto, a compreensão crescente dos mecanismos epigenéticos de controle da expressão gênica e a abordagem dimensional dos transtornos mentais podem colaborar nas investigações futuras em genética psiquiátrica.
Estudos farmacológicos e moleculares permitem selecionar genes e regiões genômicas potencialmente implicados com a susceptibilidade ao TB. Genes codificantes de receptores e enzimas pertencentes ao sistema monoaminérgico são candidatos naturais para os estudos de associação, uma vez que correspondem a sítios de ligação de psicofármacos utilizados no tratamento das alterações do humor. Estudos de linkage permitem localizar regiões cromossômicas potencialmente associadas à ocorrência do TB e identificar genes presentes nessas regiões. Estudos post-mortem, avaliando perfil de expressão gênica em cérebros de portadores de TB, levantam novas possibilidades de genes de susceptibilidade. Estudos de farmacogenética podem estabelecer conjunto de variantes ou perfil de expressão gênica característicos de subtipos etiológicos em função da resposta farmacológica.
A repercussão das alterações genômicas estruturais no      aparecimento de doenças depende do local em que ocorrem. Quando a quebra ocorre em uma seqüência gênica, o produto da transcrição dos genes envolvidos está comprometido, bem como todos os processos celulares dependentes desse produto. Todavia, a repercussão fisiológica depende da importância ou exclusividade do produto gênico no metabolismo e vias de sinalização celular. Se a região envolvida não possui seqüência gênica, a repercussão esperada é menos intensa, embora os segmentos livres de seqüências codificantes podem influenciar os processos de expressão e transcrição nos segmentos vizinhos.
            Todos os achados, entretanto, são importantes no direcionamento das investigações em genética de doenças complexas como o TB.Desses estudos surgem indicações de regiões e genes potencialmente associados ao fenótipo comportamental, as quais ao serem analisadas ampliam o conhecimento do genoma e da sua interação com o meio ambiente. Outras estratégias de avaliação surgiram a partir das dificuldades enfrentadas e dos achados obtidos. A investigação de endofenótipos, por exemplo, pode reduzir as dificuldades decorrentes da heterogeneidade da doença. A utilização do conceito de continuum, não considerando apenas os transtornos afetivos, mas abrangendo o grupo das esquizofrenias pode auxiliar na identificação de genes com efeitos mais robustos sobre sintomas compartilhados. A ampliação da estratégia de investigação de genes candidatos para os segundos mensageiros e componentes das vias de sinalização e regulação da expressão gênica tem se mostrado promissora e com resultados mais consistentes. Nessa perspectiva situam-se a obtenção de perfis de expressão gênica característicos de portadores de TB e o uso da farmacogenômica na definição de subtipos clínicos mais homogêneos.
Autores: Leandro Michelon; Homero Vallada
Disponível:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462004000700004

FICHAMENTO VI
ASPECTOS GENÉTICOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER
A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência progressiva, afetando 5% das pessoas com mais de 60 anos. Estima-se que 10% desses pacientes apresentam como fatores etiológicos, diferentes genes autossômicos dominantes. Já foram identificadas seis diferentes mutações associadas à DA no gene que codifica a proteína precursora de amilóide (APP), localizado no cromossomo 21. Pouco depois, identificou-se um novo gene, denominado de presenil-1 (PS1), localizado no cromossomo 14, no qual 45 diferentes mutações desse gene levam ao aparecimento da DA. Um outro gene responsável pela DA foi mapeado no cromossomo 1 e chamado de gene presenil-2 (PS2). Além desses genes, vem sendo estudado um fator de risco para desenvolver a DA, o alelo e4 do gene que codifica a apolipoproteína E e que está associado principalmente nos casos de aparecimento tardio da DA. O significado biológico desse alelo contribuindo para o aparecimento da DA ainda não é completamente conhecido. Outros genes envolvidos com o possível aumento da deposição ou diminuição da biotransformação do b-amilóide têm sido associados à DA .
O primeiro tipo de estudo com o objetivo de investigar a existência de um componente genético ou hereditário em uma enfermidade é a demonstração de familiaridade. Esses estudos utilizam um desenho epidemiológico do tipo caso-controle. Assim, verifica-se, de um lado, a freqüência ou a prevalência da doença em familiares de portadores da enfermidade (também chamados de probandos) e, de outro lado, verifica-se a freqüência dessa mesma doença em familiares de indivíduos saudáveis, representativos da população geral. Se a freqüência da enfermidade for significativamente maior no grupo de parentes dos doentes, podemos afirmar que a doença em estudo tem um caráter familiar.
Genética da doença de Alzheimer de início precoce
A estratégia utilizada a partir da segunda metade da década de 80 para identificar possíveis genes mendelianos (também chamado de gene maior) foi investigar grandes famílias, cuja característica era a presença de vários membros afetados nas diferentes gerações. Além disso, esses membros afetados apresentavam o início dos sintomas da doença antes dos 65 anos. Apesar de esse tipo de família ser raro, a distribuição da doença nessas famílias sugere a presença de um gene único, do tipo autossômico dominante, como causa da doença.
Genética da doença de Alzheimer de início tardio
Dada a complexidade descrita acima da DA de início precoce, que representa uma pequena fração de todos os casos de DA (ao redor de 10%), é provável que a forma mais comum de DA, a de início tardio, apresente uma genética ainda mais complexa.
A investigação em famílias com membros afetados por DA do tipo tardio (maior ou igual a 65 anos) indicou a presença de um locus no cromossomo 19 associado com a doença (Pericak-Vance et al., 1991). Mais tarde, identificou-se esse gene como sendo aquele que codifica a apolipoproteína do tipo E (APOE), uma proteína associada a lipoproteínas plasmáticas que participa da modulação do metabolismo e da excreção do colesterol e de outras lipoproteínas de baixa densidade (LDL e VLDL). Esse gene apresenta três alelos comuns designados e2, e3, e e4, os quais diferem entre si apenas na permuta de dois aminoácidos .
Conclusão
A doença de Alzheimer é uma doença etiologicamente heterogênea. Dos pacientes com DA do tipo familiar, no máximo 10% são causados por genes autossômicos dominantes (PPA, PS1, PS2). O alelo e4 da APOE é um fator de risco para desenvolver DA, entretanto não é condição necessária nem suficiente. O significado biológico desse alelo contribuindo para o aparecimento da DA ainda não é completamente conhecido. Há, inclusive, trabalhos demonstrando essa associação com outros tipos de demência (Slooter et al., 1996; Slooter et al., 1997). Comitês internacionais rejeitaram a utilização da genotipagem da APOE como teste diagnóstico e/ou prognóstico na DA (American College of Medical Genetics/American Society of Human Genetics Working Group, 1995). Outros genes envolvidos com o possível aumento da deposição ou diminuição da biotransformação do b-amilóide têm sido associados à DA, necessitando de confirmação.
Sabe-se que indivíduos idosos saudáveis, com o envelhecimento, podem apresentar alterações anatomopatológicas semelhantes aos pacientes com DA, como também que vários pacientes com DA não apresentam nenhuma das alterações genéticas descritas até aqui, o que nos sugere que provavelmente outros mecanismos associados com a senescência devem contribuir para o aparecimento da DA. Candidatos a essas lesões são: alterações no metabolismo energético do cérebro, disfunções da barreira hematoencefálica, e metabolismo de zinco alterado.

Disponível: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol27/n2/art104.htm

FICHAMENTO VII
INFLUÊNCIA DE FATORES GENÉTICOS NA ETIOPATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL
                A doença periodontal (DP) acomete indivíduos em todo o mundo. Estima-se que a forma severa da doença atinja cerca de 10% dos adultos. No Brasil, em 1986, um levantamento epidemiológico feito pelo Ministério da Saúde em capitais de 16 Estados revelou que 7,4% dos indivíduos com 50 a 59 anos tinham um ou mais sítios com profundidade à sondagem ≥5,5 mm. Uma pesquisa realizada no Rio Grande do Sul revelou que aproximadamente 65% da população estudada apresentavam dentes com profundidade à sondagem ≥5,5 mm2.Nos últimos anos tem sido investigada a influência da saúde bucal no estado de saúde geral do indivíduo. Um crescente corpo de evidências científicas sugere associação entre infecção oral e doenças sistêmicas como aterosclerose,distúrbios cardiovasculares, artrite, diabetes e doenças pulmonares Nesse contexto, a DP tem se mostrado um problema de saúde pública de grande seriedade.
Está bem estabelecida que a DP crônica é uma doença infecciosa caracterizada por um processo inflamatório destrutivo que afeta os tecidos de suporte do dente. Clinicamente, podem ser formadas bolsas periodontais, reabsorção do osso alveolar e eventual perda do elemento dental.Histologicamente é caracterizada por acúmulo de células inflamatórias na porção extravascular do tecido conjuntivo gengival  Além disso, numerosas espécies bacterianas têm sido isoladas da placa subgengival, sendo algumas estreitamente relacionadas ao início e à progressão da doença Devido à maioria das bactérias periodontopatogênicas residirem nas bolsas periodontais, o sistema imune tem dificuldade em eliminar esses microrganismos. Ocorre recrutamento de leucócitos e subseqüente liberação de mediadores inflamatórios, resultando em inflamação crônica e destruição do tecido.
       Bactérias periodontopatogênicas como Porphyromonas g i n g i v a l i s,   Ta n n e re l l a   f o r s y t h i a,   Aggregatibacter actinomycetemcomitans e  Treponema denticola, entre outras, iniciam e perpetuam a inflamação podendo causar destruição do periodonto marginal via dois mecanismos:
1) pela ação direta dos subprodutos do metabolismo e enzimas bacterianas.
 2) estimulando a liberação de mediadores inflamatórios de células do hospedeira.
        No entanto .embora a infecção por periodontopatógenos seja essencial para o início da DP, sua mera presença na cavidade oral não é suficiente para explicar diferenças entre indivíduos na severidade da doença. Em uma população homogênea acompanhada por 15 anos, foram observadas diferenças na taxa de progressão da DP. Isso levantou a hipótese de que características individuais do hospedeiro influenciariam o curso da doença
Além da infecção por periodontopatógenos e da resposta do hospedeiro, o caráter multifatorial da DP sofre influência de fatores de risco como fumo e diabetes além de indicadores de risco como stress psicossocial e osteoporose. Nas doenças de caráter multifatorial, é muito difícil quantificar qual a influência de fatores ambientais e fatores genéticos.

Autores: Yeon Jung KIMa, Aline Cavalcanti VIANAa, Raquel Mantuaneli SCAREL-CAMINAGA.

FICHAMENTO VIII
PSICOLOGIA E GENÉTICA:
O QUE CAUSA O COMPORTAMENTO?
    A genética comportamental é uma disciplina científica que estuda os mecanismos genéticos e neurobiológicos envolvidos em diversos comportamentos animais e humanos. Podemos caracterizá-la como uma área de intersecção entre a genética e as ciências de comportamento. A engenharia genética forneceu as ferramentas necessárias ao estudo do comportamento associado à genética molecular. Isto permite que, progressivamente, possamos avançar na identificação de genes capazes de modular certos comportamentos e de entender como estes genes interagem com ambiente na formação de traços normais e patológicos da personalidade humana. O impacto dessa área de conhecimento na Psicologia é tremendo. Estamos vivendo uma verdadeira revolução no entendimento das causas do comportamento. No entanto, a Psicologia, particularmente aqui no Brasil, parece desconhecer estes avanços. Um conjunto de premissas teóricas e metodológicas que podemos chamar de “modelo padrão de causalidade do desenvolvimento personalidade”exerce um efeito profundo sobre a população leiga e, infelizmente, na maioria dos profissionais em psicologia. O argumento de Harris (1998) envolve uma compreensão mais sofisticada do tipo de ambiente psicológico para o qual nossa mente teria sido preparada para lidar. Normalmente uma das premissas implícitas presentes no raciocício dos teóricos do desenvolvimento e da personalidade é a consideração de que os pais são nossa principal fonte de estímulos, na principal idade de moldagem da personalidade. Através de uma ampla revisão em estudos etológicos, primatologia comparativa, experimentos em psicologia social, dados etnográficos de sociedades caçadoras coletoras e estudos com bebês humanos  podemos concluir que na verdade as crianças não foram projetadas para aprender e imitar os pais, mas sim as outras crianças, particularmente as mais velhas. Segundo Harris (1998) é isto que aconteceu em nosso passado evolucionário, e provavelmente o cérebro humano está configurado para processar informação específica do meio social, buscando a inserção do sujeito nas complexas hierarquias de dominância características de nossa espécie. Em outras palavras, a informação assimilada através da socialização pela interação com crianças seria prioritária e mais influente (pelo menos na formação da personalidade do adulto) do que a informação adquirida através das interações com os pais em um período limitado da infância. E o período de moldagem seria portanto mais extenso, incluindo aspectos importantes como os grupos de referência na adolescência.  A psicologia enquanto ciência que tem por objeto de estudo o comportamento não pode apegar-se a premissas empiricamente insustentáveis simplesmente por tradição de pensamento com raízes históricamente profundas. Um exame atento da história da evolução das teorias científicas mostra que um novo paradigma demora até ser assimilado,especialmente se revela aspectos anti-intuitivos, que não combinamcom nossas formas já estabelecidas de explicar o universo. Uma visão renovada e interdisciplinar certamente será mais produtiva para compreender a complexidade da causalidade do comportamento, mesmo que essas novas premissas sejam assustadoramente antagônicas à nossa compreensão intuitiva.
Disponivel: http://www.cerebromente.org.br/n14/mente/genetica-comportamental1.html


FICHAMENTO IX
           "A Síndrome de Down ou trissomia do 21, é sem dúvida o distúrbio cromossômico mais comum e a forma mais comum de deficiência mental congênita. Geralmente pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo depois, por suas características dismórficas, que variam entre os pacientes, e que produzem um fenótipo distintivo. Alterações faciais, olhos mais fechados, dificuldades de aprendizado, retardo intelectual, doenças no coração e dificuldades na audição. A criança que nasce com a doença deve ser estimulada por fisioterapia, fonoaudiologia e educação especial para ajudar no desenvolvimento e no aprendizado". É uma doença genética, causada por um acidente que pode ocorrer no óvulo, no espermatozóide ou após a união dos dois (ovo), provocando uma alteração cromossômica. Ocorre quando crianças nascem dotadas de três cromossomos 21, e não dois, como é normal. Isso leva àprodução exagerada de proteínas, o que acaba por desregular a química do organismo e provoca sérios problemas. A denominação da síndrome vem do sobrenome do médico inglês John Langdon Down, que no ano de 1866 fez uma observação interessante a respeito daexistência de um grupo de pessoas na sociedade até então ignorado. Todas as pessoas estão sujeitas a ter um filho com esta disfunção, independente da raça ou condição sócio-econômica. No Brasil, acredita-se que ocorra um caso em cada 600 nascimentos, isso quer dizer que nascem cerca de 8 mil bebês com Síndrome de Down por ano.
CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE DOWN
Os indivíduos com síndrome de Down apresentam certos traços típicos, como: cabelo liso e fino, olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos orientais), nariz pequeno e um pouco "achatado", rosto redondo, orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular, mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar única. A partir destas características é que o médico levanta a hipótese de que o bebê tenha síndrome de Down, e pede o exame do cariótipo (estudo de cromossomos) que confirma ou não a síndrome. A criança com síndrome de Down apresenta um desenvolvimento intelectual mais lento do que as outras. Isto não pode ser determinado ao nascimento. O comprometimento intelectual acarretado pela síndrome de Down não tem cura, pois trata-se de uma alteração genética. Pesquisas têm sido desenvolvidas nesse sentido, mas nenhum resultado foi encontrado ainda. É importante que uma criança com síndrome de Down participe, desde o maternal, de uma escola comum, pois será significativo para a sua sociabilização. E mais, a criança poderá seguir seu processo educacional nessa mesma escola, uma vez que a Constituição Federal garante esse direito. Tanto os profissionais, como a escola, deverão estar preparados para ter em suas salas de aula crianças com síndrome de Down.
CONHEÇA AS CAUSAS DOS PROBLEMAS GENÉTICOS
O diagnóstico genético pré-natal avalia o risco de o casal ter um filho com algum problema. O risco depende muito do tipo de doença, isto é, se a doença é recessiva ou dominante. Dominantes são provocadas por genes AA ou Aa (sendo A um gene qualquer). Recessivas são aa. Além disso, existem doenças que só afetam o sexo masculino, ligadas ao cromossomo Y. Para avaliar o risco, é preciso entender se a doença é provocada por genes recessivos ou dominantes, explica Mayana Zatz, geneticista do Centro de Estudos do Genoma da USP (Universidade de São Paulo). Se a pessoa for portadora de um gene recessivo, ela não será afetada. Se tiver o filho com uma pessoa que também tem o mesmo gene recessivo, seu filho poderá receber dois genes recessivos e terá a doença. Nesse caso, o risco para o casal é de 25%. Na herança dominante, um gene é suficiente para a pessoa ter a doença. Nesse caso, o risco é de 50%. Em muitos casos, a pessoa pode ser portadora de uma doença, mas não apresentá-la. Portadores podem passar genes alterados para seus filhos. Se o pai e a mãe passarem o mesmo gene alterado para a criança, ela terá a doença. Em alguns casos, apenas um gene alterado é necessário para a criança ter a doença.
COMO PREVENIR – GESTAÇÃO SAUDÁVEL

A probabilidade de se gerar um filho com síndrome de Down é maior entre as mulheres que engravidam depois dos 35 anos. Quanto mais a mãe se mantiver saudável durante a gestação, maiores são as chances de gerar um filho sem a doença. Recentes pesquisas sugerem que o ácido fólico, um tipo de vitamina, seria capaz de reduzir as chances de que uma criança nasça com a doença. No mínimo dois meses antes de engravidar, é recomendável que a mulher coma espinafre, quiabo e feijão branco, cheios desse nutriente.
Disponivel:http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3789&ReturnCatID=1798

FICHAMENTO X
DESCOBERTA ALTERAÇÃO GENÉTICA RELACIONADA AOS CASOS DE SÍNDROME DE KABUKI

     A síndrome de Kabuki é uma desordem congênita rara. As crianças que nascem com essa condição, geralmente, têm particularidades faciais, como olhos alongados e sobrancelhas arqueadas, semelhante a maquiagem dos atores de Kabuki-up, uma performance teatral japonesa. A síndrome é caracterizada também por uma série, de leve a moderada, de dificuldades intelectuais e problemas físicos, tais como coração, malformações ósseas e renais.
Os pesquisadores estudaram amostras genéticas de 10 crianças não relacionadas com diagnóstico de síndrome. Eles começaram o sequenciamento apenas pelo exome (formado por exons, parte codificadora de um gene, que compõem apenas cerca de 1% a 2% do genoma humano) para tentar localizar as alterações genéticas que poderiam estar associados com a síndrome de Kabuki.
PARA ALCANÇAR OS RESULTADOS
    Os resultados levaram os pesquisadores a supor que as variações em qualquer um dos vários genes poderiam ser a causa. Então, eles olharam para novas variantes nos genes compartilhados entre os subconjuntos dos 10 exomes. Por exemplo, novas variantes foram divididas em três genes em exomes de nove pacientes, seis genes compartilhados em pelo menos oito exomes e 16 genes partilhados entre sete exomes.
Os pesquisadores classificaram cada caso de Síndrome de Kabuki com base em uma avaliação subjetiva do grau em que a criança tinha as características faciais distintivas e se os pacientes tinham atrasos de desenvolvimento ou malformações físicas.
Os resultados foram validados através de métodos Sanger aplicados a sequência de porções de proteína codificante do gene MLL2 de 43 casos de síndrome de Kabuki adicionais. Variações em MLL2 foram encontradas em 26 dos 43 casos. No final, um total de 33 mutações distintas no gene MLL2 foram encontrados em 35 dos 53, ou seja, 66% das famílias com a síndrome de Kabuki.
"Nossos resultados sugerem que alterações no gene MLL2 são a principal causa da síndrome de Kabuki", disse Shendure. "Além disso, é claro que pode haver outros genes que causam a síndrome. Para descobri-los, será importante para a sequência de exomes adicionais, caracterizando os casos de síndrome de Kabuki em que as mutações MLL2 não estão presentes".
Disponive: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/10155/ciencia-e-tecnologia/descoberta-alteracao-genetica-relacionada-aos-casos-de-sindrome-de-kabuki

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